quinta-feira, 17 de março de 2011

Catástrofe deve afetar exportações brasileiras

A série de catástrofes no Japão devem afetar as exportações brasileiras de produtos utilizados em indústrias no país asiático que tiveram que paralisar sua produção devido à falta de energia. A avaliação é do gerente-executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco.

"O Brasil pode ter suas vendas para o Japão afetadas, mas a região japonesa onde se concentram as principais indústrias não foi afetada pelo tsunami", alertou o economista. Do lado oposto da corrente de comércio, acrescentou, a CNI ainda não tem informações sobre empresas brasileiras que estejam com dificuldade em receber peças e equipamentos de fornecedores japoneses.

Castelo Branco também disse acreditar que não deve haver eventuais chamadas de capital por parte de empresas japonesas em dificuldades às filiais brasileiras. "Não vejo grande possibilidade disso, porque o Japão tem muita liquidez e quem vai precisar de recursos é o governo, uma vez que os danos maiores ocorreram na parte de infraestrutura e de moradias", completou.

Minério de ferro

A tragédia deve afetar também as exportações de minério de ferro, que representa metade do que é vendido pelo Brasil ao país. A curto prazo, pode ocorrer um adiamento e até a suspensão dos embarques, já que a logística está prejudicada, avalia o vice-presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro. O desastre deve afetar os preços no mercado global. Pelo menos três siderúrgicas foram afetadas, o que pode provocar uma oferta adicional do minério no mercado "spot" (à vista).

"É possível que o minério que havia sido contratado por essas empresas seja direcionado ao mercado ´spot´, pressionando os preços ", diz o analista Carlos Kochenborger.

COM PRODUÇÃO MENOR
Preços de chips disparam no mundo

Nova York/Tóquio. Na semana passada, chips de 8 gigabytes, usados em câmeras e smartphones, custavam US$ 7,30 no mercado "spot" (à vista), no qual produtores costumam compram componentes. Anteontem, eles já custavam cerca de US$ 10. Esse pulo ilustra como o desastre no Japão, que fechou fábricas de Toshiba, Canon, Sony e outras, teve impacto imediato sobre o fornecimento dessas peças.

Segundo analistas, pequenas empresas asiáticas podem sofrer mais. Mas até mesmo gigantes como a Apple, que já teve dificuldade em encontrar componentes para o iPad e o iPhone e que já viu seu iPad 2 esgotar, podem ser afetadas. Além disso, quase todas as montadoras, podem ter de paralisar a produção de alguns modelos.

Eletrônicos prejudicados

Os fabricantes japoneses de produtos eletrônicos alertaram que sua produção será prejudicada por novos problemas de suprimento e distribuição de componentes, em meio às quedas de energia que vêm acontecendo depois do desastre no Japão.

A Canon anunciou que poderá suspender a produção em uma de suas principais fábricas em Oita, no sul do país, alegando problemas no fornecimento de componentes e para a distribuição. A Nikon informou que a suspensão da produção em suas fábricas de equipamento de precisão no norte inevitavelmente causará problemas nas fábricas mais próximas da capital, cujos estoques de componentes vão acabar.

Fonte: Diário do Nordeste

quarta-feira, 16 de março de 2011

Modernização do Porto do Pecém é debatida com a sociedade

O Governo do Estado vai investir o montante de R$ 1 bilhão em equipamentos para modernização e ampliação do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, até 2016. O anúncio foi feito ontem pelo secretário estadual de Infraestrutura, Adail Fontenele, durante audiência pública com representantes de empresas, da sociedade civil e de órgãos estaduais. De acordo com o titular da Seinfra, a soma inclui a atual expansão R$ 410 milhões com os R$ 588 milhões de novo edital.
A ampliação do Terminal Portuário do Pecém, com ponte de acesso e pavimentação do tramo norte-sul do quebra-mar, terá um custo de mais de R$ 588 milhões. Fotenele espera que todos os trâmites para o início do projeto de expansão estejam resolvidos até meados de setembro deste ano. O objetivo é proporcionar, em duas etapas, todo o apoio portuário às ações dos dois principais projetos estruturantes do Estado nos próximos anos; a operacionalização da usina siderúrgica e da refinaria Premium II no Pecém; além de uma área de escoamento dos produtos que virão nos trilhos da ferrovia Transnordestina. A expansão será realizada pelo consórcio RAM/Planave, ganhador da licitação. A fase agora é de apreciação do edital pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

CUSTOS

O secretário explicou que o projeto foi dividido em etapas. A primeira diz respeito à construção de um novo Terminal de Múltiplo Uso (TMUT), com dois berços, que atenderão aos navios porta-contâiner; à ampliação do quebra-mar, para mil metros; e ao prolongamento da ponte existente, de 348 metros. A previsão destas obras, executadas pelo consórcio Marquise/Ivaí é de julho deste ano. O custo da obra é de aproximadamente R$ 410 milhões.
As outras fases da expansão foram apresentadas durante a audiência pública. A segunda etapa prevê a construção de uma nova ponte de acesso, com extensão total de 1.500 metros de comprimento e 32 metros de largura. As medidas permitirão que a ponte possua uma pista de rodagem de dez metros de largura, além de permitir a passagem de uma tubovia, e correias transportadoras de minério e grãos. O valor estimado é de R$ 197 milhões.
Finalizando a segunda fase da expansão estão a engorda e pavimentação do quebra-mar existente, no valor de R$ 85,8 milhões e a construção de mais dois berços de atracação, no sentido Noroeste, para operação de carga geral, contêineres e produtos siderúrgicos, no valor estimado de R$ 289,2 milhões. Além das obras, estão previstos estudos para os projetos no porto.
A expectativa é que, até 2016, a terceira etapa, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém esteja composto por um berço no TMUT, um novo quebra- mar, dois berços de granéis sólidos; e cinco berços de granéis líquidos. A conclusão das intervenções ocorre um ano antes da entrada em operação da refinaria Premium II, da Petrobras.


Fonte: O Estado