terça-feira, 19 de abril de 2011

Abimaq pede salvaguarda contra importação chinesa

A Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) apresentou pedido de salvaguarda transitória contra a China à Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério de Desenvolvimento. A ação, apresentada na semana passada, é composta por três petições de pré-análise, visando à aplicação de medidas de restrição às importações do país asiático.

As petições englobam as importações de chave de fenda, válvulas tipo borboleta e caminhão-guindaste. De acordo com o diretor-executivo de comércio exterior da Abimaq, Klaus Curt Müller, a enxurrada de produtos chineses no país ocorre há mais de dois anos nesses três casos.

Segundo dados da associação, as importações de máquinas e equipamentos saltaram de 39,9% do valor total do mercado brasileiro, em janeiro de 2004, para 59,4% em setembro do ano passado. Para Müller, o tempo de análise por parte da Secex pode variar, já que o pedido é inédito.

"Tomando por base os processos de antidumping, podemos imaginar de 30 a 60 dias na Secex e pouco menos de um ano para a decisão do governo. Mas isso é um 'feeling', já que não há histórico para salvaguardas", disse Müller. A Abimaq prepara também o pedido de análise para salvaguardas transitórias contra a importação de correntes de elo soldado, bombas centrífugas, compactadores e guilhotina linear.

A salvaguarda transitória é um mecanismo de defesa comercial aplicado quando um surto de importações afeta a indústria local. Compete ao governo brasileiro a decisão de aplicar o mecanismo, porque a China aceitou a possibilidade de sofrer as salvaguardas, ao ingressar na Organização Mundial do Comércio, em 2001.

O decreto 5.556, de 5 de outubro de 2005, disciplinou as regras para adoção das salvaguardas pelo Brasil, que podem acontecer até dezembro de 2013. A adoção pode ser por via de imposição de adicional à Taxa Externa Comum (TEC), restrição quantitativa do ingresso dos produtos ou uma combinação das duas medidas. Desde 2001, a China sofreu a aplicação de cinco salvaguardas temporárias, nenhuma delas pelo Brasil.

Fonte: Valor Econômico

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Cid cumpre agenda na Europa e China

O governador Cid Gomes viajou ontem com destino à Europa e para a China. A agenda começa amanhã na Feira Internacional de Imóveis e Movelaria, em Milão, na Itália. Na segunda-feira, ele estará na Espanha para reuniões com o grupo Endesa. Na quarta-feira, encontra grupos ligados ao setor do etanol, na França. A programação da viagem continua na China, onde se reúne com empresários do setor portuário e automotivo. O governador deve retornar ao Ceará no próximo dia 27.

Térmica do Pecém

Um edital com projetos e especificações técnicas sobre a ampliação da capacidade de geração de energia da Usina Termelétrica do Porto do Pecém de 5.250 quilo watts para 15.250 quilowatts foi encaminhado no início desta semana para a Comissão Central de Concorrência, da Procuradoria Geral do Estado.

O orçamento previsto neste documento para as obras de realização da ampliação da capacidade de produção da usina do Porto estão estimadas em R$ 18 milhões e tem recursos disponibilizados através de convênios entre o Estado e a Secretaria Especial dos Portos (SEP).

Segundo a direção do Porto, o investimento atende os novos equipamentos em fase de implantação no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, como a correia transportadora de carvão, descarregador contínuo de navios, Terminal de Múltiplas Utilidades e ampliação da rede de tomadas.

Fonte: Diário do Nordeste

terça-feira, 12 de abril de 2011

China pode virar vitrine de rochas ornamentais do CE

A China já é a maior importadora de blocos de granito (pedra bruta) do Ceará e do País. Na opinião de especialistas, mais interessante seria que se ela também fosse a primeira grande compradora de chapas (pedra já beneficiada, com maior valor agregado para quem exporta). Essa posição continua sendo dos Estados Unidos.

Contudo, o fato de o gigante asiático estar comprando mais rochas ornamentais cearenses para serem acabadas lá mesmo em solo chinês também é muito bom para a nossa economia, pelo menos em primeira análise. Isso porque o crescimento do setor segue uma lógica simples: para chegarmos à esperada exportação do produto beneficiado é preciso existir uma produção extra de blocos. Para isso, a rocha local precisa ser mais vendida e conhecida no exterior. E, nesse aspecto, a China, com toda a sua capilaridade no comércio mundial, pode nos ajudar sobremaneira como nenhum outro país o faria. Nem mesmo o próprio Brasil, que ainda conta com uma estrutura desigual e bastante concentrada do acabamento das pedras no Estado do Espírito Santo, o que, de certa forma, inibe o desenvolvimento de outras unidades federativas, inclusive, o do Ceará.

De acordo com o presidente da Câmara Setorial Mineral do Estado e também do Sindicato da Indústria de Mármore e Granito do Estado (Simagran-CE), Roberto Amaral Ribeiro, esse é um dos pontos importantes do setor de mineração que precisam ser observados pela comitiva da presidente Dilma Rousseff, que desde a noite de domingo (fuso horário de Brasília) está na China para discutir o equilíbrio das relações comerciais entre os dois países.

Capacidade produtiva

"Neste primeiro momento, é importante esse interesse chinês no blocos para ampliar nossa capacidade produtiva. Na verdade, a China é um meio de alcançarmos a segunda fase: fomentar a produção mineral.

Com um parque industrial com mais pedreiras haverá um excedente que poderá ser beneficiado para exportação com mais valor agregado", afirma Roberto Ribeiro, lembrando que o foco principal é criar indústria aqui no Estado.

Vocação do Estado

De acordo com o Simagran-CE, a vocação das rochas ornamentais do Estado se assemelha à vocação para o turismo local. "Em virtude da nossa característica geológica ser superior a dos Sudeste, por exemplo, as nossas rochas são mais resistentes e compactas. Não precisam ser resinadas. Não têm micro-fissuras", acrescenta Roberto, lembrando que a China pode ser uma divulgadora do nosso produto, como o granito branco, por exemplo, que, em todo o País, só é encontrado por aqui.

Variedade e infraestrutura

Segundo o consultor da Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais (Abirochas), Cid Chiodi, o Ceará precisa se estruturar para aproveitar toda essa riqueza natural.

"Nos últimos cinco anos, o Estado apresentou uma variedade muito maior que a Europa inteira em cinco séculos. Para não ser um mero exportador de matéria-prima e comprador de produtos acabados, o Ceará precisa criar condições regionalmente distintas e especiais para competir com a própria China, no mercado externo, e com o Espírito Santo, internamente", conta Chiodi. Na opinião dele, isso já está sendo feito com a implantação do Centro de Comercialização e Prestação de Serviços de Rochas Ornamentais, em Caucaia, próximo ao Complexo Portuário do Pecém (Cipp).

"Sem dúvida, isso é o movimento para verticalização do setor. Como uma boa condição tributária, desonerar os licenciamentos ambientais, criar mecanismos associativos e uma boa estrutura comercial", avalia, ressaltatando que essa é a única maneira de o Estado ir na contramão do Brasil, que registrou, nos últimos três anos, uma fatia muito maior de importação e de venda de matérias-primas do que de exportação de itens processados. "Rocha ornamental não é commodity. Temos de ser capazes em transformar o bloco bruto em chapa polida e em até produto final para o consumidor", diz.

Fonte: Diário do Nordeste